Porta-vozes de ninguém

Estava hoje eu no ônibus da linha 47, daqueles que têm sempre o rádio ligado. Eram uma sete e poucos, e a programação não podia ser diferente: a Hora do Brasil (na nova versão olodum do Lula).

A notícia seguia sobre uma tal Conferência Nacional da Juventude: "os jovens decidiram-se pelo apoio à legalização ao aborto e a redução de jornada de trabalho máxima semanal...". Seria engraçado se não fosse trágico. Qualquer um sabe que é apenas uma ínfima minoria da população brasileira que se posiciona contra a tipificação do crime de aborto. Volta e meia saem pesquisas sobre a opinião da juventude brasileira, e em todas elas a maciça maioria dos jovens se declara a favor da tipificação do aborto como crime.

Isso é o óbvio ululante: qualquer pessoa sabe disso. Basta entrar em qualquer rodinha nas faculdades, colégios, clubes, na rua... A menos que se entre numa célula do PT: nesse caso, é bem possível que a maioria seja contra a vida. E não é por outra razão que essa auto-nomeada Conferência Nacional da Juventude adotou a posição que adotou.

* * *

Peguei o ônibus para assistir a uma apresentação de canto e piano. Foi tudo muito bom, e o governo ainda me deu essa ocasião de rir de sua cara-de-pau (e de temer sua assustadora perversidade). Acabo de chegar em casa. Chove e faz frio: o ambiente ótimo da leitura.

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