Aqui também será assim

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Todo ano a Argentina conta com vários eventos sobre Santo Tomás, o tomismo e os tomistas em geral. Acho que já falamos aqui do movimento chestertoniano na Argentina, por exemplo...

Divido com os senhores a existência da Sociedade Filosófica Sedes Sapientiae, que conta com um site. O site não tem muita coisa: indico mais para apontar a existência da sociedade. 

Parece mais ativa -- e dela já tinha ouvido falar antes: é muito boa mesmo -- a Sociedad Tomista Argentina. Todo ano organiza a Semana Tomista. Este ano, a XXIII Semana Tomista terá como tema o Relativismo. Ocorre de 8 a 12 de setembro de 2008, na UCA. Espero poder ir.


Fala Iulo Brandão

Encontrei uma entrevista com o Prof. Iulo Brandão, na Unicamp. Leia aqui a entrevista -- bem coloquial, já se verá -- e, abaixo, um trecho.

"São Tomas de Aquino colocou um tema que o racionalismo tinha praticamente marginalizado em nome dos seus pressupostos. O racionalismo diz o seguinte: só é verdade aquilo que está incrustado nas idéias. A idéia que é verdade. Há entretanto ou outro mundo, que é o mundo da contingência, que é o mundo real, o mundo da existência, somos eu e o senhor, as árvores, as pedras etc. Essas coisas que se movem, corrompem-se, modificam-se... esse mundo "escorregadio" que vivemos. Pois bem, o tomismo então se questiona: como tomar o mundo da existência em face das idéias: eu separo ou incluo. Então vem a tese do neotomismo. Vamos tomar uma árvore. Por exemplo, no chamado idealismo é a idéia que fica, e aí vou manipulando. Para isso, eu tenho de matar a árvore e só ficar com a idéia. Como unir a idéia com a coisa concreta? O tomismo vem e reúne o objeto sensorial com a idéia de árvore. De que for-ma? Na medida em que reconheço que na idéia de árvore já está a forma. Ela tem algo de formal nela, aí então uno aquilo que havia sido separado pelo racionalismo e por aquelas linhas que põem ênfase nas idéias só e que desprezam o homem empírico."

Prof. Rafael Ruiz na UERJ

Consta que amanhã o autor de Francisco de Vitória e a liberdade dos índios americanos e São Paulo na Monarquia Hispânica estará no Rio de Janeiro, participando de um colóquio internacional sobre Tradição e Modernidade na América Ibérica.

Recomendo vivamente. O colóquio será no Salão Nobre da Faculdade de Direito em que estudo.

Na onda das reedições

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Relançaram o 'In Defence of the Seven Sacraments', escrito pelo Rei da Inglaterra Henrique VIII, com a ajuda de São Tomás Morus, e dedicado ao Papa Leão X. Neste livro o Rei da Inglaterra -- que depois apostataria e fundaria a Igreja Anglicana -- refuta as afirmações de Lutero, esclarecendo pontos da fé católica e apostólica. O livro lhe valeu o título pontifício de Defensor Fidei.

O fato é que agora o livro é relançado, numa época em que milhares de anglicanos voltam à Igreja Católica. É dedicado à Rainha Elizabeth II (ou Isabel II, segundo o gosto). Leia mais aqui.


Voltei

Tive problemas com a internet aqui em casa esses dias. Agora estou de volta.

Direito de ser católico

No mundo de hoje, já quase não se permite que um católico afirme sua fé. Vivemos num mundo podre, decadente, hipócrita, triste, falso e deprimente. Mas sigamos firmes: "No mundo havereis de sofrer tribulações, mas não temais: Eu venci o mundo", disse o Cristo. A Igreja permanecerá de pé, e só nela a verdadeira alegria, a plenitude e a paz.

Na Espanha, se publicaram agora os "mandamentos do laicismo". O Arcebispo de Pamplona defende a fé verdadeira perante essas excecrências da modernidade putrefata. Veja aqui.

"A Sabedoria do Amor"

Foi lançado mais um Caderno da Aquinate! Para nosso júbilo, imprimiu-se "A Sabedoria do Amor", de autoria do Dr. Paulo S. Faitanin.

Par indication



Retirei a referência do blog de Brice de Bazelaire, estudante do Institut d'Études Politiques de Strasbourg -- e colega de um amigo meu lá -- que decidiu-se pela vida sacerdotal. Aproveito para indicar seu blog para quem tem interesse na situação dos cristãos no Oriente Médio e norte da África: ele faz um clipping interessante. Brice passou um ano estagiando na Embaixada Francesa em Túnis.

Se você encontrar com legenda em português, peço que mo avise, s'il te plaît.

Deus

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"Grande é a ciência, bem o creio; é a maior de todas as grandezas; mas abaixo da outra: a divina, que lhe há de sobrepairar eternamente. Deixem-me clamar assim, ao menos aqui, neste suave abrigo do espírito, a minha convicção, último fruto que me estende sazonado a árvore da vida: e não sei conceber o homem sem Deus, e ainda menos acreditar na possibilidade, atual, ou vindoura, de uma nação civilizada e atéia. Envelhecerei na persuasão do velho Plutarco, imaginando menos a custo uma fortaleza sem alicerces que um povo sem Deus. Milhares de anos resvalam por sobre esta verdade, milhares hão de resvalar, sem que ela desmaie."

Rui Barbosa,
Discurso pronunciado no Colégio Anchieta, Friburgo, 1903, pág. 50
(em MONTEIRO, Clóvis. Nova Antologia Brasileira.
Rio de Janeiro: F. Briguet & Cia., Editores,
1966, pág.146-7).


1968 em Portugal

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Na onda de nostalgia por 1968 -- e bem caberia lembrar aqui o que Sarkozy tem dito sobre o movimento -- vejamos, por interesse histórico (apenas pelo interesse histórico, patrulheiros ideológicos!) o que Salazar dizia em entrevista datada de 68, concedida a jornal argentino.

Abaixo um trecho mais polêmico e aqui a entrevista inteira (o blogspot não dá o link direto para cada post: tem que procurar pelo dia 5 de setembro de 2005).

"los pueblos de América y los países del sur de Europa no pueden darse el lujo -creo yo- de vivir en una democracia representativa liberal parlamentaria. Porque tenemos mucha pasión. Y la pasión escinde. Desordena. Impide construir. Tuve que renunciar a la emoción para gobernar... No puedo evanecerme, puesto que no realicé todo lo que deseaba... Pero ejecuté lo suficiente para que no se pueda decir que fallé en mi misión. No siento, pues, la amargura de los que merecida o inmerecidamente no vieron coronados sus esfuerzos y maldicen a los hombres y a la suerte. Ni siquiera me acuerdo de haber recibido ofensas que me lleven a ser menos justo. Por el contrario; en este país donde tan a la ligera se aprecia y desprecian los hombres públicos, gozo del raro privilegio del respeto general..."

Leia tudo aqui.

Para entrar no CAJU

"E o homem, cada vez mais individualizado, vai sentindo apagar, na consciência, a noção dos deveres. Vai ficando sempre mais insaciávelmente reivindicador."

O Centro Acadêmico de Estudos Jurídicos e Sociais, de que já falamos -- composto por nomes como Octávio de Faria, Américo Jacobina Lacombe, Antônio Galloti, San Tiago Dantas e Vinícius de Moraes -- recebeu em 1931 José Lourenço de Oliveira, na altura estudante de Direito como seus colegas no CAJU, e futuro professor da Universidade (Federal) de Minas Gerais. Para tal, escreveu uma tese, exigida para o ingresso, sobre Lênin, Ford e Pio XI. A de Vinícius de Moraes foi sobre a vinda de Dom João VI para o Brasil (será que alguém a encontra?). Podemos ler aqui a tese do Prof. José Lourenço de Oliveira.

Ps. Insaciávelmente mesmo, porque foi escrito em 1931. Aliás, aproveitando a ocasião, gostaria de informar que, decidam o que decidirem os legisladores, não abrirei mão de usar o trema -- mesmo que isso acarrete conseqüências desagradáveis.


Para quem não tem respeitos humanos

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Acabo de encontrar um site supimpa. Ainda o estou descobrindo, mas já estou admirado. O jornal (que me deu a idéia de um Mídia Sem Máscara mil vezes melhor, em todos os sentidos) chama-se El Manifiesto e se diz un periodico politicamente incorrecto.

"Tal vez, si acaba usted de entrar por primera vez en Elmanifiesto.com., se esté preguntando: ¿es esto un periódico? Sí, sin lugar a dudas. Pero ¿es un periódico? ?normal?? No, de ningún modo. (...) Es el único periódico que aborda, por ejemplo, la actualidad? y al mismo tiempo el pasado, la historia. (...) Nos mueve ?digámoslo abruptamente? la profunda aversión que despierta en nosotros el mundo que nos envuelve? y asfixia. Lo que nos ahoga es ese mundo como tal: el espíritu que impregna nuestras instituciones y valores, nuestros principios y sensibilidad."

Leia toda a apresentação aqui.

Você soube?

É um fato que, ao tratar do aborto, a grande imprensa de um modo geral privilegia notícias que favoreçam esse crime. Encontros e manifestações pela vida -- como houve com grande multidão em São Paulo e Brasília -- ou são simplesmente ignorados ou merecem uma breve nota, de preferência não muito clara.

Neste ponto, a internet é de grande ajuda, porque permite que grupos contra-hegemônicos (porque o abortismo é hegemônico, na verdade) se manifestem. Nada mais hegemônico hoje, aliás, do que a esquerdopatia, quase sempre aliada ao abortismo (mostrando aí a falsidade do discursinho em defesa dos fracos e oprimidos). Seja, contudo, feita reserva aos nobres esquerdistas de boa fé que, em geral, justamente por que têm boa fé, condenam o aborto.

Voltando ao assunto e ao mesmo tempo digredindo, indico alguns sites (cansei de pôr em itálico) com informações de que não se saberá pelo Jornal Nacional: o do Movimento em Defesa da Vida, o blog do Wagner Moura (de lá tiro o link das Feministas Pela Vida), o Pró-Vida de  Anápolis... Tem muitos por aí, mas esses são realmente relevantes.

Ps. Não sei se o Wagner vai lembrar de mim, mas já nos falamos bastante! Se não me engano, na época em que eu ainda participava do micronacionalismo, hehe. 2002? 2003? O tempo voa.

Uma idéia acalentada

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Acalento a idéia de fazer renascer a Revista de Estudos Jurídicos e Sociais, que era editada por volta da década de 30 por estudantes de Direito no Rio de Janeiro, entre os quais Octávio de Faria (na foto) e Vinícius de Moraes (em sua melhor fase).

Era um substancioso grupo do qual saiu a nata do pensamento católico carioca nas décadas seguintes. Eram ainda estudantes de graduação, reunidos no chamado CAJU, Centro de Estudos Jurídicos e Sociais, por eles próprios organizado. Já se vê que eles procuravam fazer e acontecer, manifestar-se e fazer-se ouvir.

Que tal resgatar essa Revista? É algo em que muitas vezes penso. Que fosse como era (e é preciso fazer uma pesquisa para traçar as linhas gerais da Revista, delimitar bem o grupo do CAJU... trabalho interessante!): uma revista de estudantes de graduação (ainda que naquela época ser acadêmico de Direito equivalesse socialmente a ter título de doutorado, hehe).

Sem mais delongas, resgatar a Revista e sua memória. Apenas quero aqui registrar o propósito, e depois a gente conversa melhor.

Vou dormir que amanhã tenho aula. Aliás, aula na antiga Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, hoje integrada à UERJ e encaixotada naquele edifício-garagem no Maracanã. Pela volta ao Catete!! Hehe.

Futebol dos filósofos



Videozinho interessante. Será que a inspiração veio de nosso Sócrates?

O povo da História Social do Futebol, o que acha disso? Hehe.

Altamiro Carrilho hoje no Vivo Rio

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O mestre Altamiro Carrilho e vários músicos de peso se apresentam hoje no Vivo Rio, para homenagear o "gênio da flauta". Não precisa dizer que vale a pena. Mais informação aqui.

É dizer loor da Virgen, Madre de Nostro Sennor



Faz 91 anos, a Virgem Maria apareceu em Fátima a três crianças. A magnitude desse episódio cada um estude e saberá.

Em comemoração por esta data tão cara, indico, para quem ainda não conhece, as Cantigas de Santa Maria. Tentei procurar um link bom para pôr aqui, mas não fiquei satisfeito com nenhum. Tem sites bons, mas teria que procurar mais. Quem mora em Niterói ou pelas redondezas fique atento à agenda do Música Antiga da UFF.

O Rei Dom Afonso X é que compôs as Cantigas de Santa Maria, em honra à Mãe de Deus, no século XIII. Passados mais de setecentos anos, permanecem atuais: ainda dizem do amor que um cristão dedica à Virgem.

No videozinho do Youtube postado aí em cima, canta-se a cantiga Santa Maria Strella do Dia. Há diversos modos de executar as Cantigas: umas mais monacais, outras mais animadinhas, hehe. Veja-se, por exemplo, este outro vídeo.

O Música Antiga da UFF já chegou a misturar música nordestina e música medieval , numa aproximação que aliás sugerem Ariano Suassuna e seu Movimento Armorial. Também gosto dessa idéia de relacionar Nordeste brasileiro e cultura medieval. Neste outro vídeo galego, com imagens muito bonitas, o ritmo da música chega a lembrar o Grande Encontro em certos momentos.

Há 120 anos...

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Há 120 anos, Dona Isabel, na regência do Império, assinava a Lei Áurea. Com isso, perdia o Trono do Brasil. Ela sabia as conseqüências de seus atos. Mas, como declarou, "mil tronos tivesse, mil tronos perderia".

O que falta hoje ao Brasil é homens e mulheres com a virtude de Dona Isabel, com sua disposição de sacrifício pelo bem comum. É para resgatar a memória de Dona Isabel que foi fundado, no Rio de Janeiro, em 13 de maio de 2001, o IDII, Instituto Cultural Dona Isabel I a Redentora.

Convido os senhores a visitar a página do Instituto e a conhecê-lo melhor.

Para começar a semana, Bach



Deixo os senhores com o primeiro movimento -- um allegro moderato -- do Concerto de Brandemburgo número 3, do grande João Sebastião.

Na França...

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Estamos no domingo de Pentecostes. Todo ano, nesta época, os jovens católicos tradicionais da França se reúnem em capítulos para fazer uma peregrinação que vai de Paris a Chartres.
Gostaria de participar um ano... quem sabe? Dou a notícia e o site do evento.

Esse é espetacular!

Sempre quis fazer um vídeo desses! Que alegria ao vê-lo! Henrique, obrigado por mandar o link! Aproveito e compartilho com meus leitores-fantasmas.


O samba eleitoral

Terça-feira, dia 6, o ministro-borboleta (afinal, ele já passou da fase de lagarta...) Carlos Ayres Britto tomou posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Acabo de ver a notícia da TV Justiça.

Interessante que o Hino Nacional foi executado com cavaquinho e companhia, numa versão "estilizada". Procurei o vídeo para pôr aqui mas não achei. Deprimente.

Deixo o link de uma notícia sobre a posse, no site do TRE de Santa Catarina. Há lá uma sinopse das trajetórias acadêmicas e profissionais do Ministro Ayres Britto e do Ministro Joaquim Barbosa, presidente e vice-presidente do TSE.

Na agenda

Já pus na minha agenda, e deixo aqui para quem se interessar:

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Parece bom, não?



Porque é maio

Sem comentários.


Dois em um

1. Lá no campus do Gragoatá (UFF), mais especificamente no bloco N, sempre há uma banquinha de livros. Geralmente dou uma olhadinha descompromissada. Raramente compro alguma coisa. Quarta-feira passada pousei meus olhos (oh!, que poético) sobre dois livros de José Carlos Reis (espero não ter errado o nome): Intérpretes do Brasil (espero novamente não ter errado o nome; não confundir com aquela coleção vermelhinha editada em 2004 ou 2005), volumes um e dois.

Abri para saber quem seriam os tais intérpretes do Brasil: Caio Prado, Sérgio Buarque, Fernando Henrique, Florestan Fernandes... Fiquei pensativo. Já repararam que, à exceção de Gilberto Freyre (e que por suas posições independentes -- no caso Salazar, p.ex. -- também não deixou de sofrer ostracismo), só se lembram os "intérpretes" adeptos de certo esquerdismo?

Oliveira Vianna, se é lembrado, era para ser taxado de fascista. Paulo Prado (que ainda não tive oportunidade de ler), o grande João de Scantimburgo (vivo ainda, e esquecido membro da Academia Brasileira de Letras)... O Vianna Moog foi praticamente expulso do rol dos intérpretes da nação.

2. A propósito, acabei ontem de ler Bandeirantes e Pioneiros, de Vianna Moog. Impressionante é como ninguém fala desse sujeito genial! Em 2006, comemoramos o centenário de Vianna Moog: alguém ouviu falar? Já o Sérgio Buarque de Holanda... O Moacyr Scliar, no entanto, se lembrou de seu conterrâneo neste texto em que procura fazer justiça a sua obra. Um trechinho:

"A pergunta apareceu no site Yahoo Respostas: "Alguém conhece um livro chamado Bandeirantes e pioneiros, de Vianna Moog?". A indagação, por todos os motivos meritória - afinal, o melhor jeito de descobrir as coisas é perguntar -, faz pensar sobre a memória cultural do país. A obra de Vianna Moog (1906-1988) marcou época; foi um dos textos mais discutidos em nosso país. Mas, ao que tudo indica, pode ter caído no esquecimento. Por isso é tão oportuno o centenário de nascimento de Clodomir Vianna Moog, no dia 28 deste mês: evoca uma figura singular de nossa literatura."

Caro Dr. Scliar, é a antipatia da oligarquia pensante esquerdopata (OPE, para facilitar) que condena Vianna Moog ao esquecimento. Não que Vianna Moog seja de direita; acho que o problema dele é ser católico. A OPE não quer reverenciar nem recomendar a leitura de um autor declaradamente católico. Afinal, católicos não podem se manifestar na vida pública, segundo a mesma OPE.

O livro de Vianna Moog trata da formação do Brasil e da formação dos EUA, comparando-as. É um ensaio, aliás, admirável. Para que os senhores tenham noção da razão pela qual Vianna Moog é proscrito, transcrevo dois pequenos parágrafos do Epílogo (em que trata de Lincoln e Aleijadinho):

"Que regra conterá esta nova e edificante lição de Aleijadinho? Contém uma regra velha de dois mil anos; e esta regra é que a estrada real para a plena maturidade é a busca e a imitação da santidade.
"Como? Então a normalidade é sinônimo de santidade? E os heróis de Carlyle e as pessoas que nos rodeiam, tão boas, tão amenas, tão cordiasis? Em verdade não são normais. Quando muito, serão subnormais. Normal é o santo".

Vianna Moog não tirou isso só de sua cabeça. É que isso é sabido por qualquer católico (ou não) que lembre que todos os homens são chamados à santidade, meta da vida cristã ordinária. Como dizia uma menina, "ou chegarei à santidade ou não serei nada". O santo é quem está conforme sua própria natureza, quem preenche sua personalidade plenamente, quem se realiza por completo.

Uma questão religiosa

A(bortista): "Ora, você acha que o aborto deve ser crime por uma questão religiosa."
B(om homem que uma hora perde a paciência): "Tenha certeza que eu só não lhe parto a cara agora por uma questão religiosa."

A propósito, vide o instigante texto de Rodrigo Pedroso em Oito Colunas (oitocolunas.blog.sapo.pt). Um trecho:

"O problema da penalização da violência contra a mulher reflete também toda a iniquidade da estrutura social brasileira: nas classes sociais mais altas, a violência contra a mulher é praticada com toda a segurança, sendo o marido acobertado pela hipocrisia da sociedade, e a mulher tendo acesso rápido a eficientes serviços de saúde. São os pobres as principais vítimas da proibição legal da violência contra a mulher: o marido que, coagido pelas circunstâncias, toma a difícil decisão de bater na mulher, corre ainda o risco de ser penalizado por isso, e a mulher fica privada de atendimento médico por receio de denunciar o marido."

Leia mais aqui.

Procurando estágio jurídico?

Para quem esteja procurando escritórios de advocacia para estagiar, ou precise mesmo de um advogado, vale a pena visitar este catálogo do Migalhas (www.migalhas.com.br). Escritórios em todo o Brasil, reunidos num só lugar!

Novos direitos?

Num busdoor com anúncio de uma clínica de fertilização artificial: Gravidez é um direito de todos.
Todos quem, cara pálida? Acho que estou sendo lesado.
Será que essa clínica consegue me engravidar, hehe?

Dedicado a Dona Carlota



Marcos Portugal: outro desconhecido, mas importante compositor de nossa tradição musical. A Prefeitura do Rio lançou agora cds com suas modinhas. Aqui temos "Cuidados Tristes Cuidados", composta em 1793, dedicada à Princesa do Brasil, Dona Carlota Joaquina.

Provincianismo

Vejam que interessante o que Carlos Krämer -- que, aliás, tive a alegria de conhecer pessoalmente hoje: ele e sua noiva -- tem a dizer sobre o provincianismo. Abaixo um trecho:

"Um desafio: que alguém encontre, numa livraria de interior, as obras completas de Aristóteles, quatro ou cinco obras da Patrística e a Suma Teológica de Santo Tomás. Na busca por essas obras, o leitor que aceitou o desafio certamente encontrará o último lançamento de Richard Dawkins, sem sombra de dúvida encontrará a mais nova edição de capa dura e brilhante de O Código da Vinci e toda a literatura já escrita sobre O Segredo. Com alguma sorte encontrará obras clichês de baixo nível escritas por Gramsci e Sartre. Encontrará Nietzsche, com certeza. Mas nunca, jamais encontrará juntas aquelas obras que propus. E assim desvendamos o que é ser verdadeiramente provinciano."

Um post ímpar. Leia tudo aqui.

Quem sabe de aniversário?

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Se alguém quiser me dar uma caneca dessas de presente, fico muito grato. Por que essas coisas legais estão sempre nos Estados Unidos? Eu devia é aprender a comprar coisas pela internet... A próxima etapa seria arranjar o dinheiro.

Não é tão caro: US$ 12,99. E olhem também as camisas: gostei da estampa da Cruzada... Tem coisas muito interessantes: é só clicar aqui.

Até quando vão enganar os deficientes?

Esse é o título do recente artigo de Luiz Carlos Lodi da Cruz, sacerdote e advogado em Anápolis. O Pe. Lodi tem se destacado por falar certas verdades e com isso atrair a ira dos poderosos e abortistas de plantão.

"A pressa dos defensores do artigo 5º da Lei de Biossegurança é justificável. É possível mentir, mas não se pode mentir indefinidamente. Mais cedo ou mais tarde, os pacientes de doenças degenerativas perceberão que estão sendo instrumentalizados para a causa abortista."

Leia mais aqui.

Contra a gordofobia

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Você já reparou que os seres humanos mais discriminados na sociedade contemporânea são os gordos? Parece curioso, mas tenho pensado muito sobre isso ultimamente. Quanto aos fumantes se poderia dizer unas cositas também, mas restrinjamo-nos aqui aos gordos.

Enquanto os negros, as mulheres, os homossexuais, os praticantes de candomblé, etc. (nada contra ninguém, aliás; adianto já!) têm uma série de regalias e não se admite sob hipótese alguma que alguém os reprove (mesmo se eventualmente estão errados!), contra os gordos se permite e até se incentiva o preconceito. Desde criança, as pessoas são habituadas a ver o gordo como alguém desajustado, uma opção condenável de vida. Se a criança vai ficando gorda, já levam ao médico ou mandam fazer exercício. Pode ser qualquer coisa, menos gordo! Puro preconceito, discriminação. Há até empregos vedados aos gordos!

Eu, pessoalmente, quando tiver uns 60 anos -- se chegar lá -- pretendo apresentar uma barriga avantajada, imponente, daquelas que denotam senhorio! Mas já não sei se me será possível evitar a discriminação... Do jeito que as coisas vão, a última geração de velhos barrigudos contentes é a que hoje tem entre sessenta e oitenta anos.

Por que ser magro seria melhor que ser gordo? Por que alguém pode escolher ser homossexual (e ai de quem achar que ser homossexual é se expor a certas doenças...) e não pode escolher ser gordo? Realmente, a sociedade de hoje é excludente, discriminatória e gordofóbica.

Devo dizer -- como contribuição ao movimento pela criminalização da gordofobia -- que, entre as pessoas verdadeiramente simpáticas que conheço, abundam os gordinhos. E esse fenômeno se dá, creio, universalmente, em todas as épocas e lugares. A figura acima é de G. K. Chesterton, um dos mais hilários -- e também um dos instigantes, profundos e inteligentes -- autores da literatura inglesa. Reparem na sua silhueta e tirem suas conclusões. Abaixo a gordofobia!

Dom João não estava errado



Quando Dom João chegou ao Brasil, há duzentos anos, ficou abismado com José Maurício Nunes Garcia, sacerdote e compositor. Não é sem razão que o Pe. Nunes Garcia é apontado como nosso maior compositor colonial, embora não seja tão conhecido. Nesse Credo da Missa Pastoril para Noite de Natal (composta no Rio de Janeiro, 1811) podemos ver a qualidade da música feita no Brasil.

Um dado interessante é que o Pe. Nunes Garcia era considerado mestiço. Os mulatos, aliás, estão nos vértices das artes brasileiras mais refinadas. Machado de Assis na literatura, Aleijadinho na arquitetura e na escultura, Nunes Garcia na música.

O tema do racismo no Brasil precisa ser melhor explorado. Fico muito contente por ter estudado História do Brasil na UFF com a Prof.a Hebe Mattos, que me abriu um horizonte novo sobre o tema. Só para salientar um ponto: a idéia de racismo como temos hoje não existia na cultura católica ibérica (e, portanto, no Brasil colonial), mas é uma construção em que se encontram liberalismo, protestantismo e evolucionismo. Esse tema vale a pena ser estudado, especialmente ao se pôr em pauta questões sobre quotas raciais e uma suposta reparação histórica devida.

Mais coisa boa

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Olha só o que eu descobri ontem, visitando o blog do Julio Lemos: o Instituto de Formação e Educação. Muito interessante a proposta. E pelas pessoas envolvidas -- conheço o Julio e o Renato Moraes, já troquei impressões pela internet com o Joel Pinheiro, e o Henrique Elfes dispensa apresentações -- dá para ver que o IFE tem tudo pra ser um sucesso.

O IFE tem uma parceria com o Universo do Conhecimento, que parece ser algo como o Pólo de Pensamento Contemporâneo do Rio de Janeiro. Corrijam-me se interpretei mal. O fato é que oferece esses cursos de curta duração que estão virando moda.

Aproveito para fazer uma digressão sobre a onda dos cursos livres. Não sei o que pensar desses tais cursos de curta duração, que hoje viram febre. Que são, de modo geral, úteis e interessantes, não há dúvida. Especialmente os do IFE devem ser algo mais que recomendável. Mas será que têm valor acadêmico? Quando penso numa turma do POP, por exemplo, posso imaginar (posso estar enganado também) senhoras idosas, aquele burocrata cinqüentão que sempre gostou de filosofia, a garotinha do ensino médio que acha que aquilo vai ajudar na redação do vestibular... E isso não é o que chamo de ambiente universitário. O fato de serem pagos também... Sei que é besteira, mas tenho certa dificuldade de compatibilizar mentalmente vida acadêmica e boleto mensal.

A EMERJ tem desses cursos, e são gratuitos. Talvez a questão seja o caráter universitário ou não desses cursos. São, afinal, como cursos de extensão. Mas nem sempre são encarados assim. Deviam contar horas de atividade, ter certificado (não sei se todos têm), ter uma autoridade escolar que os subscreva... É algo a se refletir: o caráter desses cursos de extensão ministrados fora da universidade e o papel da universidade como corporação responsável pela validade dos estudos em geral.

Sei das opiniões do Olavo de Carvalho sobre o estudo universitário. Mas penso que, embora a universidade muitas vezes... Bom, deixa para lá: já está tarde e o propósito do post era só apresentar essa promissora iniciativa que é o Instituto de Formação e Educação. Deixemos para outra ocasião a reflexão sobre educação liberal, autoridade de conferir graus (do Estado, da Universidade?), a instrução técnica, as universidades com fins de lucro, esse tal de MBA, a natureza da universidade... É um tema apaixonante.

As maravilhas da internet

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A internet é uma coisa maravilhosa. Tudo bem que isso é cliché (e tudo bem que escrever cliché pode soar pedante), mas não deixa de ser certo (assim como escrever termos estrangeiros em itálico).

Pela internet, tomamos contato com uma série de coisas boas das quais não saberíamos a existência sem essa ferramenta. Estava lembrando do CIEEP. Um amigo me falou que havia descoberto um site site ou sítio) de uma instituição interessante, que reunia gente de qualidade, etc. Fui conferir, descobri o CIEEP.

O Centro Interdisciplinar de Ética e Economia Personalista, reunindo acadêmicos de peso, promove cursos, palestras, colóquios, conferências com foco em temas de Filosofia, Teologia, História, Economia, Sociologia, Doutrina Social da Igreja... É afiliado ao Acton Institute. Desde que conheci o CIEEP, já pude participar de vários de seus eventos. Por exemplo, um Ciclo sobre Responsabilidade Social feito em parceira com a Fundação Konrad Adenauer na FIRJAN, a Semana de Filosofia e Teologia na Universidade Cândido Mendes, conferências na UERJ, o Colóquio Em busca de uma sociedade livre e virtuosa na Fazenda das Arcas, em Itaipava... Devo mesmo agradecer ao Leonardo Madruga por me ter indicado www.cieep.org.br!

Apresentando-me

Percebi que faltava dizer, em linhas gerais, quem é que escreve o blog. Afinal, existem milhões de Flávios no mundo, não é verdade? Se não milhões, ao menos milhares.

Meu nome é Flávio, moro em Niterói, estudo Direito e História. Gosto de Filosofia, de Política, de Ciências Sociais em geral. Tenho meus gostos musicais, que vão de The Cramberries a Palestrina, e também minhas preferências nos diversos campos da arte.

Em linhas gerais, é isso. Qualquer dúvida, sugestão ou pergunta, [email protected].

Começando bem

Marcelo Tas dá dicas para blogueiros em vídeo datado de hoje mesmo. Começamos bem. Obrigado ao Tas e abraço a todos, que por hoje chega.


Porta-vozes de ninguém

Estava hoje eu no ônibus da linha 47, daqueles que têm sempre o rádio ligado. Eram uma sete e poucos, e a programação não podia ser diferente: a Hora do Brasil (na nova versão olodum do Lula).

A notícia seguia sobre uma tal Conferência Nacional da Juventude: "os jovens decidiram-se pelo apoio à legalização ao aborto e a redução de jornada de trabalho máxima semanal...". Seria engraçado se não fosse trágico. Qualquer um sabe que é apenas uma ínfima minoria da população brasileira que se posiciona contra a tipificação do crime de aborto. Volta e meia saem pesquisas sobre a opinião da juventude brasileira, e em todas elas a maciça maioria dos jovens se declara a favor da tipificação do aborto como crime.

Isso é o óbvio ululante: qualquer pessoa sabe disso. Basta entrar em qualquer rodinha nas faculdades, colégios, clubes, na rua... A menos que se entre numa célula do PT: nesse caso, é bem possível que a maioria seja contra a vida. E não é por outra razão que essa auto-nomeada Conferência Nacional da Juventude adotou a posição que adotou.

* * *

Peguei o ônibus para assistir a uma apresentação de canto e piano. Foi tudo muito bom, e o governo ainda me deu essa ocasião de rir de sua cara-de-pau (e de temer sua assustadora perversidade). Acabo de chegar em casa. Chove e faz frio: o ambiente ótimo da leitura.

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