Dom João não estava errado



Quando Dom João chegou ao Brasil, há duzentos anos, ficou abismado com José Maurício Nunes Garcia, sacerdote e compositor. Não é sem razão que o Pe. Nunes Garcia é apontado como nosso maior compositor colonial, embora não seja tão conhecido. Nesse Credo da Missa Pastoril para Noite de Natal (composta no Rio de Janeiro, 1811) podemos ver a qualidade da música feita no Brasil.

Um dado interessante é que o Pe. Nunes Garcia era considerado mestiço. Os mulatos, aliás, estão nos vértices das artes brasileiras mais refinadas. Machado de Assis na literatura, Aleijadinho na arquitetura e na escultura, Nunes Garcia na música.

O tema do racismo no Brasil precisa ser melhor explorado. Fico muito contente por ter estudado História do Brasil na UFF com a Prof.a Hebe Mattos, que me abriu um horizonte novo sobre o tema. Só para salientar um ponto: a idéia de racismo como temos hoje não existia na cultura católica ibérica (e, portanto, no Brasil colonial), mas é uma construção em que se encontram liberalismo, protestantismo e evolucionismo. Esse tema vale a pena ser estudado, especialmente ao se pôr em pauta questões sobre quotas raciais e uma suposta reparação histórica devida.

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